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segunda-feira, 2 de maio de 2011

MIRAGE 650 - A COMPANHEIRA DA VIAGEM...


Tenho recebidos muitos emails e comentários no Blog questionando a respeito da moto MIRAGE 650 EFI.
Por ser um modelo recém lançado, acredito que esta seja a primeira MIRAGE 650 Efi a ir até USHUAIA, passando pelo Chile e por uma trecho da Carretera Austral.

Minha impressão e opnião.
Se me perguntarem se devem ou não compra-la???
Acho a questão muito pessoal. Gosto não se discute.
Agora, se me perguntarem se a moto é boa, eu respondo: Excelente...

CONFORTO - A moto se mostrou muito confortável em toda a viagem, comprometido um pouco na parte de rípio devido ao pouco curso dos amortecedores traseiros, mas nada que fosse um grande empecilho. Na parte de rípio eu deveria ter regulado os amortecedores para mais mole e acabei não fazendo por puro esquecimento. A moto tem uma posição muito confortável, inclusive o Carlos me questionava, pois eu mantinha sempre a mesma posição, mas a posição e que era muito confortável, inclusive pelo encosto que instalei na moto, e por poder manter as pernas sempre retas e bem apoiadas. O guidão também mantêm as mãos bem apoiadas, mas na prôxima viagem pretendo colocar um piloto automático para deixar mais livre a mão direita.

INJEÇÃO - No geral ela se comportou muito bem durante toda a viagem. Ascendeu por duas oportunidades por um período curto. A primeira quando estava subindo os Andes a mais ou menos 2.800 metros de altitude quando parei para fotos. Nessa altitude a moto ligava sem problemas, mas ao acelerar, ou ela morria ou acelerava forte. Mas era desligar o motor e ligar novamente que ela já tava regulada para aquela altitude no momento. Se deixasse o motor ligado, isso não acontecia, mostrando claramente que a injeção tava fazendo os ajustes necessários. Durante a subida não senti nehuma alteração no ritmo do motor, pois ela mantinha a mesma agressividade na aceleração, nada de perder força ou engasgar. Outra oportunidade que ascendeu, foi quando mudei da gasolina Chilena para a Argentina, ao ligar o motor no posto, a injeção ascendeu também por um breve momento, mas depois voltou ao normal. Acho que também foi devido a altitude, pois tinha acabado de atravessar as cordilheiras e tava descendo de 1.800 metros para nível do mar. Não senti nenhum problema ou variação no funcionamento do motor.
Consumiu todos os tipos de gasolina sem problemas e sem engasgos. Tinha posto que não dava para escolher o tipo de gasolina, era pegar ou pegar... Inclusive uma preocupação da Kasisnki era o fato de a injeção estar regulada para a gasolina brasileira com 25 % de alcool e a moto poder apresentar super aquecimento, mas sinceramente não senti nenhuma diferença, até achei ela melhor com a gasolina sem alcool. Quando ao aquecimento, não houve nenhuma alteração..

MOTOR - O motor é um espetáculo, tem um excelente torque que tenta te arrancar do banco. Apesar de eu achar o motor barulhento quando esta em lenta, ele acaba ficando redondinho a partir dos 120 km/hora. Por ser um motor muito elástico, ele acaba deixando a moto muito fácil de pilotar. Dentro da cidade ando no corredor sem problemas. Na viagem pude manter 120 km/hora direto e sem problemas. Andei a 80 subindo os Andes e até a 190 km/hora quando precisei. Em momento algum senti a temperatura do motor alterar, somente quando pequei nevasca e que o marcador baixou uma marca na barra, ficando visível duas barras na temperatura.

CONSUMO - Por ser uma moto de 650 cc, com 80 cv e dois pistões, achei ela bem econômica. Fez na maioria do percurso entre 21 e 22 km/litro. Quando precisei que ela fosse economica, 320 km sem posto, andando a 80/90 por hora ela fez 25,5 km/litro. Em compensação, no retorno de Ushuaia, atravessando o deserto patagônico, andando a 160 km/hora ela fez 15 km/litro.

ESTABILIDADE - A moto cumpre o que promete, ou seja, speed custom. Ela entra muito bem nas curvas, e se você acelera, aí que ela gruda mais ainda, isso por conta do chassi reforçado, do garfo invertido e do pneu largo e de perfil baixo (180 - 55), entre outros itens que não quero entrar em detalhes, pois sou motociclista, não mecanico. Quando pegamos ventos laterais de 100 km/hora, senti que a MIRAGE, por ser mais baixa que a moto do Carlos (V Strom), cortava o vento melhor e recebia as rajadas com menos impacto. Apesar que em ventos nesssa velocidade, o melhor e parar e esperar, e foi isso que fizemos na cidade de Rios Gallegos.

MANUTENÇÃO - Fiz a revisão dos 3.000 kms antes de sair para a Viagem. Durante a viagem fiz duas trocas de óleo. Uma na cidade de Puerto Montt - Chile e outra na cudade de Ushuaia - Argentina. Durante toda a viagem não fiz nenhum ajuste na correia, mas isso foi um erro, apesar da correia não apresentar nenhum problema depois da viagem. Foi trocada a lâmpada, devido ter atropelado um pombo que bateu direto no farol. Troquei também um parafuso do alforge lateral que quebrou devido a trepidação. Quebraram também dois parafusos que seguram o suporte do escapamento, mas esses eu só notei quando cheguei em casa, mas nada que preocupasse, pois não notei nenhuma diferença. Quando voltei mandei fazer a revisãa, a moto estava com 16.500 kms e tinha perdido as revisões dos 6.000, 9.000 e 12.000 kms. Resultado, perdi a garantia da moto... Mas a moto não apresentava nenhum problema, foi mais uma revisão para deixar a moto novamente zerada. A moto tá com 19.000 kms e ainda não troquei o pneu traseiro...

ESTRADA DE RÍPIO - Andei com a moto por todos os tipos de rípio possíveis. Na maioria do percurso pude manter 70 km/hora sem problemas. Essa foi a velocidade que me deixou mais a vontade sobre a moto. Acho que o pneu largo atras mais ajudou do que atrapalhou. Na Carretera Austral, depois de PUYUHAUPI, passamos pelo Parque Nacional QUEULAT, numa espécie de Caracoles, onde o rípio estava muito ruim, a ponto de ter que parar nas curvas para ver o melhor caminho. Na Tierra Del Fuego, pegamos o desvio por Onaissim, e fizemos o trajeto de 130 km em menos de duas horas.

NO GERAL - A moto foi e voltou de Ushuaia sem apresentar qualquer problema. Tava levando em torno de 50 quilos de bagagem e mais 75 quilos do piloto.
Andei em várias velocidades e em todas elas pude mante-las sem problemas.
A moto subiu a 3.500 metros de altitude e desceu a menos 300 metros (isso mesmo - 300 metros abaixo do nível do mar - Patagonia). Atravessei os Andes 8 vezes. Andei na chuva, na neve, nevasca, chuva de pedras, deserto. Andei quase 1.000 kms em estradas de rípio, uma especie de estrada de chão, porém com pedras e pedriscos tipo brita. Pequei ventos com rajadas de mais de 100 km/hora. Pequei temperaturas que variavam entre - 10 graus ( 10 graus negativos) até 45 graus... Teve dias que fizemos 1.200 km sem parar... A moto não mudou em nada. Depois de Ushuaia, estive em Lages, e sem mais nem menos a moto ficou sem embreagem. Levei a concessionária e foi feito o ajuste num parafuso interno que havia ficado frouxo, esse parafuso faz a regulagem da abertura dos discos e tudo voltou ao normal.

NA MINHA OPNIÃO, FOI UM TESTE BEM DURO, ONDE A MIRAGE 650 EFI PASSOU SEM PROBLEMAS. Afinal ela é custom, e custom foi feita para viajar...